O pedido de impeachment do governador João Azevedo (Cidadania) e da vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), encabeçado na semana passada pelo deputado estadual Walber Virgulino (Patriotas) na Assembleia Legislativa da Paraíba, acentuou ainda mais a polarização entre situação e oposição na Câmara Municipal de Campina Grande. João Dantas (PSD), líder da situação é completamente a favor e compara Ricardo Coutinho e João Azedo a Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ex-governadores do Rio de Janeiro condenados no âmbito da Operação Lava Jato. Já Galego do Leite, líder o bloco oposicionista e presidente estadual do Podemos, diz que o pedido não tem fundamentação e por isso não passa de uma tentativa de “aparecer”. O Blog conversou com exclusividade com os dois parlamentares confira o que disseram:
João Dantas – Eu diria que a Assembleia Legislativa acordou de uma letargia que estava vivendo diante de um caos que se instalou no Estado da Paraíba. A Paraíba vivia no clima do “silêncio dos inocentes”, um desastre moral. Você faz uma analogia com o Rio de Janeiro: Sérgio Cabral no Rio de Janeiro, Ricardo Coutinho na Paraíba; Pezão no Rio de Janeiro, Azevedo na Paraíba. Não há como desassociar o governo Azevedo de Coutinho. Eles são irmãos siameses, eles usufruíram de dinheiro podre que foi roubado da saúde e da educação do Estado. (Sobre comparações entre Calvário e Famintos) É como você querer comparar todos os oceanos do mundo com uma cacimba aqui do Louzeiro. Cada coisa no seu lugar. Até agora não se prova que houve envolvimento do prefeito, ele não recebeu dinheiro em caixa e nem tem joias guardadas em casa.
Galego do Leite – É uma prerrogativa de cada parlamentar e eu respeito a atuação do deputado estadual Walber Virgulino. Mas a gente vê que nesse momento, principalmente os órgãos de fiscalização estão em cima, estão acompanhando todos os fatos da ex e da atual gestão. Então eu vejo mais como uma forma de publicizar o seu nome, fazer com que o nome apareça bem na mídia do que propriamente levar a sério o que é um caso delicadíssimo. O impeachment de um prefeito, um governador, um presidente precisa ter argumentos e provas mais concretas e mais robustas e não, tão somente, jogar para a galera que é o que a gente vê na Assembleia. Houve uma precipitação e com o passar dos dias e das investigações pode até posteriormente ser apresentado.