O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de
Campina Grande, Bruno Agra, deu uma declaração no mínimo
questionável sobre a atividade empresarial no setor. Segundo ele
essa “é uma péssima atividade comercial”, referindo-se ao fato de
que o empresário lucraria pouco e ainda seria perseguido pelas
elevações nos preços. “Não adianta perseguir quem não tem culpa
se quem tem nunca é questionado”.
Bruno Agra explicou que os empresários ficariam com menos
de 2% das receitas líquidas dos combustíveis. Para o Sindicato, a
culpa pela Rainha da Borborema ter hoje um dos preços mais caros
do Estado é da Petrobras e das distribuidoras, além do próprio
Governo do Estado, que cobra um ICMS de 29% sobre o produto.
“Enquanto o posto tem um lucro bruto de R$0,34, o Estado fica com
um R$ 1,18, quase quatro vezes a lucratividade bruta. O posto hoje
não coloca 2% liquido no bolso. Então é uma péssima atividade
comercial, mas muito perseguida e muito procurada”, explicou em
entrevista a Rádio Campina FM.
E pra quem teria vantagem? Bruno responde. “Enfrentamos
extremas dificuldades de mercado e de concorrência. Só tem
vantagem se for um grande revendedor. Um posto com apenas um
dono ou vários donos está fadado ao insucesso. A lucratividade é
muito baixa e o risco é muito alto. Não vale a pena investir enquanto
seguimento. Não sei como se abrem tantos postos na BR entre
Campina e João Pessoa”, pontuou.
CPI na Câmara Municipal
A escalada no preço dos combustíveis da cidade chamou a
atenção do Procon do município e da Câmara de Vereadores, que
vai instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para
apurar a situação. A propositura é do vereador Alexandre do
Sindicato (PHS). “Vai ser uma honra participar dessa sessão.
Transparência no nosso seguimento é o que não falta. É o único
seguimento os as notas fiscais são publicadas na internet. O
seguimento não tem culpa da carestia no produto”, disse Bruno
Agra.