O fascínio pelos carros começou cedo para Roberto Fagner, 44 anos. Desde a infância, ele nutria uma paixão por miniaturas de automóveis, especialmente os modelos de ferro, que na época eram difíceis de encontrar. Hoje, ele transformou esse amor em um verdadeiro acervo, com mais de 1.200 modelos da Hot Wheels, além de integrar e administrar o Colecionadores de Campina Grande (CCG), um dos maiores grupos de colecionadores do Nordeste.
A relação de Roberto com os carrinhos começou quando sua mãe lhe presenteava com brinquedos, como bonecos e Playmobil. No entanto, o desejo pelas miniaturas de carros sempre esteve presente. Com o passar dos anos, a vida adulta trouxe outras prioridades, mas o interesse nunca desapareceu. Foi após o nascimento do primeiro filho, nos anos 2000, que ele reacendeu a paixão pelo colecionismo. Ao comprar carrinhos para o filho, sentia vontade de adquirir alguns para si próprio. Assim, começou sua coleção pessoal, focada exclusivamente em modelos da Hot Wheels.
Roberto optou por colecionar apenas carros esportivos, temáticos de filmes e desenhos animados, além de marcas icônicas como Ferrari, Lamborghini e Porsche. O hobby, que começou como uma memória afetiva da infância, se transformou em uma coleção de respeito ao longo de 25 anos.
O crescimento do colecionismo em Campina Grande
Em 2019, Roberto conheceu o grupo Colecionadores de Campina Grande (CCG), fundado com o objetivo de reunir colecionadores locais. Um dos primeiros encontros aconteceu em uma garagem e, com o tempo, o grupo cresceu significativamente. Atualmente, são cerca de 310 membros, e os eventos do CCG atraem expositores e entusiastas de diferentes estados.
A principal realização do grupo é o ExpoMinis, um evento que vai além das miniaturas de carros. A exposição inclui colecionadores de videogames, action figures e até veículos antigos. Segundo Roberto, a ExpoMinis já se consolidou como o maior evento do interior do Nordeste e tem potencial para ser o maior de toda a região. O encontro mais recente, que acontecerá neste domingo (23) no Parque do Povo, contará com 145 mesas repletas de artigos colecionáveis e participantes de diversos estados.
O colecionismo como parte da cultura pop
Para Roberto, a cultura do colecionismo ainda carece de reconhecimento e valorização. Ele destaca a importância dos colecionadores como representantes da cultura pop e defende mais incentivo e atenção para o setor. “Nós somo um atrativo. Onde passamos, reunimos pessoas e movimentamos o mercado”, comenta.
Ele também observa que o mercado ainda não compreende totalmente o colecionismo. Enquanto algumas lojas já identificaram o perfil e as preferências dos colecionadores, outras ainda tratam as miniaturas apenas como brinquedos infantis. No entanto, ele vê um crescimento significativo nesse nicho, especialmente após a pandemia, quando muitas pessoas começaram a investir no colecionismo como hobby.
Para quem ainda duvida da força desse movimento em Campina Grande, Roberto faz um convite: “Basta ir ao Parque do Povo no dia 23 para ver como temos uma comunidade forte e ativa. Teremos expositores de Pernambuco, Rio Grande do Norte e várias cidades vizinhas. O colecionismo está mais forte do que nunca”.
