A Polícia Civil da Paraíba concluiu a investigação sobre o acidente com um ônibus escolar que vitimou dois estudantes e deixou mais de 30 feridos, no início de abril, na rodovia PB-077, em Pilões, no Brejo paraibano.
Foram indiciados o secretário de Educação do município, Fabiano Cassimiro dos Santos; o diretor de transportes, Francisco José Fernandes de Souza; e o empresário Adriano Pinheiro da Silva, responsável pelo veículo. Eles vão responder por duplo homicídio qualificado culposo e lesão corporal culposa no trânsito.
Segundo o delegado Walter Brandão, o grupo atuou de forma negligente. A perícia técnica apontou que o ônibus operava em condições precárias, com diversas falhas que, segundo os investigadores, contribuíram diretamente para a tragédia.
Ônibus rodava com falhas graves
Entre os problemas encontrados estavam:
- Poltronas sem cintos de segurança;
- Tacógrafo sem disco, impossibilitando o controle da velocidade;
- Defeitos no sistema de freios;
- Mangueiras com fissuras na condução do ar comprimido – peça essencial para o funcionamento dos freios.
Com base nessas evidências, a polícia entendeu que houve omissão e descuido na fiscalização do transporte escolar.
Como parte do desdobramento do caso, a Polícia Civil solicitou ao Tribunal de Justiça da Paraíba autorização para investigar a prefeita de Pilões, Soraya Ferreira. Por exercer cargo público, ela tem foro por prerrogativa de função.
Relembre o caso
O acidente ocorreu em 1º de abril, quando o ônibus tombou em uma curva da PB-077, em um trecho conhecido como Ladeira do Espinho, próximo a Cuitegi. O veículo fazia o trajeto entre Pilões e Guarabira.
Morreram no local os adolescentes Gustavo Batista Belo da Silva, de 13 anos, e Fátima Antonella Guedes de Albuquerque, de 15. Outras 31 pessoas ficaram feridas, entre elas uma menina que sofreu a amputação da mão.
De acordo com laudo da perícia, o tombamento aconteceu em uma curva e não havia sinais de frenagem no asfalto – o que reforça a hipótese de falha nos freios. O ônibus só parou ao colidir com uma mureta de proteção.
Até o momento, a prefeitura e os envolvidos não se manifestaram publicamente.
Com informações do G1 Paraíba.