Ao longo dos últimos dias, o jornalismo da rádio Campina FM recebeu uma série de denúncias de familiares de pacientes que aguardavam por cirurgias ortopédicas no Hospital de Trauma de Campina Grande. A queixa é de que pessoas estariam internadas por muitos dias aguardando procedimentos menos complexos, como intervenções no ombro ou joelho.
Nesta quarta-feira (16), o diretor técnico do hospital, Gilney Porto, esteve na bancada do Jornal Integração e explicou, em entrevista concedida aos jornalistas Lenildo Ferreira e Paulo Pessoa, que o tempo de espera pode ser de até oito dias. Isso porque a cirurgia acontece de acordo com o plantão do especialista para a cirurgia. Ele alegou que é injustificável que um profissional especialista em joelho faça uma cirurgia de ombro quando o hospital tem o profissional na casa.
“A gente adotou uma estratégia de tratar essas patologias específicas dividindo por subespecialidades. São pacientes que chegam com uma fratura no ombro (por exemplo) e a gente escolheu os dois profissionais que existem na nossa cidade, especialistas em ombro para operar esses pacientes. A gente não vai colocar um profissional que é especialista em joelho para operar ombro, porque a gente sabe o resultado funcional que vai ter posteriormente. Esse especialista trabalha só o dia do plantão dele. A gente não tem como pagar de acordo com a demanda. Até porque os profissionais não vão querer”, explicou Gilney Porto.
Outro ponto que ele detalhou é o fato de Campina Grande não ter uma hospital de retaguarda para escoar os pacientes ortopédicos, de menor complexidade, como João Pessoa tem o Trauminha. Gilney disse que a atual gestão do Trauma sonha com a conclusão do Hospital Help para aliviar a demanda. Outro possibilidade é a retomada de uma parceria com o Hospital de Queimadas.
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