O presidente da Câmara Municipal de Alagoa Nova, vereador Ícaro Teixeira (MDB), está denunciando que a gestão do prefeito Aquino Leite (PSDB) faz segregação de pessoas para distribuir medicamentos na cidade. A lógica seria “quem vota tem direito, quem não vota não tem”. O parlamentar usa como prova para uma denúncia que foi feita junto ao Ministério Público um áudio que teria sido gravado por um servidor comissionado do município.
O homem é identificado pelo vereador, que fez a denúncia junto a Rádio Campina FM, como Evaldo Alves. Segundo o parlamentar ele é o responsável pela distribuição de medicamentos na cidade. No áudio de um minuto e vinte segundos, o homem se comunica com alguém identificado com “Zé” e que possivelmente questiona a razão de uma mulher não receber o medicamento. “Veja só Zé, eu entendo você perfeitamente. O seu remédio eu pego todo mês, o seu é diferente, você defende Aquino (prefeito) por cima de pau e pedra. Essa menina aí a gente precisa saber quem é a pessoa. Você conhece mas eu não conheço. Ela é prima de Késsia, a mulher de ‘Chibata’. Você sabe quem é Késsia e sabe quem é ‘Chibata’, aquele moreninho que tem uma lanchonete em frente aos Correios. Aquele povo ali é do lado de Ivaldo Morais (ex-prefeito de Alagoa Nova) e de Francenildo doente. Então a gente tem que saber se a gente tá dando remédio a pessoa certa ou não”, afirma.
Na sequência, o homem que grava o áudio admite que não se deve fazer acepção de pessoas para o repasse dos medicamentos, porém deixa claro que seria preciso votar como forma de agradecimento. Ele vai além e ainda diz que é preciso saber se as pessoas realmente votam no prefeito antes de repassar o medicamento. Eu sei que a gente não deve escolher a quem dar, o prefeito tem que dar a quem está precisando. Mas se você está sendo ajudado, se você está ganhando seu remédio todo mês, pelo menos é bom ter o agradecimento pra na hora que o prefeito precisar de um apoio, de um voto, de uma coisa ou outra, o caba tá dentro pra dizer ‘não, vou votar no prefeito que tá me ajudando. Então a gente precisa saber se esse povo que tá recebendo remédio realmente defende e vota no prefeito como você e vota como você vota”, pontuou.
A prefeitura de Alagoa Nova, cidade que fica no Brejo paraibano, ainda não se manifestou a respeito da denúncia.