Durante entrevista ao radialista Júnior Queiroz, da Rádio Serra Branca FM, nesta quarta-feira (11), o ex-governador Ricardo Coutinho quebrou o silêncio sobre o impasse que se estabeleceu no PSB paraibano desde a intervenção capitaneada por ele mesmo no diretório do partido. Logo de cara, o socialista lembrou o tamanho político que tinha, até pouco antes da campanha, o atual governador.
“Eu sirvo para eleger senador, para eleger um governador que até quatro meses antes da eleição tinha 2% de conhecimento, sirvo para fazer uma bancada de 22 deputados estaduais, seis deputados federais, mas não sirvo para presidir o partido que eu construí ao longo destes anos todos? Tem alguma coisa que não se encaixa aí”, afirmou.
Sobre a decisão de João e do senador Veneziano Vital de não integrarem o diretório encabeçado por Ricardo, o ex-governador disse ser este um direito de cada um, mas logo deixou de lado o tom ameno para criticar duramente os correligionários. “Eu acho que é um gesto muito mesquinho. Essas pessoas nem foram à reunião, fugiram, e estão preferindo atacar o partido”, condenou.
Sobre a possibilidade de uma debandada no PSB, Coutinho foi irônico, comparou a legenda a uma águia que troca as penas e as garras, e afirmou que perder gordura é bom para a saúde. O ex-governador também reclamou da falta de posicionamento político da sigla, numa clara insatisfação pela ausência de João Azevedo nos debates ideológicos e contra o governo federal.
Aliás, Ricardo não disfarça a insatisfação com o esvaziamento do ato que realizou em Monteiro, segundo ele em prol da transposição, mas, de acordo com críticos, em defesa do ex-presidente e apenado Lula. “Como alguns trabalharam contra um ato daquele? São capazes de prejudicar o povo para uma disputa mesquinha. Boicotaram o ato, pressionaram prefeitos, vereadores, funcionários públicos”, disse.
Nessa mesma linha, por sinal, Ricardo Coutinho afirmou que “alguns estão usando o poder do Estado para interferir numa discussão interna de um partido”.
BLOG DO LENILDO FERREIRA