Desde a última segunda-feira, 15 médicos do hospital da FAP cruzaram os braços e durante esse período entre 20 e 30 cirurgias eletivas de pacientes com câncer deixaram de ser feitas. Eles alegam que A.I.H’s (Autorizações de Internações Hospitalares), que são códigos de procedimentos cirúrgicos, estariam sendo alteradas por uma auditora para que os profissionais recebessem menos do que deveria. Nessa quinta-feira (4), uma audiência de conciliação foi realizada na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Campina Grande e os profissionais colocaram como ponto determinante para voltar ao trabalho o afastamento da profissional, que já está sendo investigada mediante a abertura de uma sindicância da Secretaria Municipal de Saúde. Resultado: a FAP vai fazer a solicitação formal nesta sexta (5) e só na próxima segunda-feira (8) os médicos devem voltar a realizar procedimentos cirúrgicos.
A reunião de conciliação foi convocada pelo CRM, que esteve representado pelo vice-presidente, Antônio Henriques. Ele queria que os médicos voltassem a atender a população de imediato, porém se deu por satisfeito ao término do encontro após a decisão “menos agressiva” à população com câncer que é atendida na unidade.
A alegação dos médicos é de que, pelo menos nos últimos dois anos, estariam sendo lesados a partir do pagamento de valores inferiores ao que estaria previsto para cada procedimento. Por exemplo, um médico apresentou uma planilha informando que teria recebido menos de R$10 por uma cirurgia de câncer de pele. Outro caso é de um procedimento de R$ 600 pelo qual teria sido pago algo em torno de R$100. Um total de 1.784 procedimentos estão sendo investigados.
Diante disso, a situação em relação a auditora ficou, segundo eles, insustentável porque houve “quebra de confiança”. A antipatia foi tamanha que eles recusaram até mesmo indicar um auditor auxiliar durante o período em que a profissional é investigada. A ideia foi sugerida pela secretária de saúde, Luzia Pinto.
Sindicância
Uma sindicância foi aberta e caso comprovadas as irregularidades, a secretaria promete fazer um encontro de contas e pagar a diferença aos profissionais.