Desempregado há dois anos e pai de dois filhos, o auxiliar de serviços gerais Fagner Silva se viu em uma situação complicada no início de 2019. O homem que mora no bairro do Catolé, em Campina Grande, já começava a viver um quadro depressivo, quando a esposa o incentivou a vender água no sinal. Ele não tinha dinheiro, mas pediu R$ 50 emprestados a mãe e comprou os primeiros pacotes de água mineral. Era assim que nascia o garçom do sinal, que hoje chama atenção em um semáforo que fica nas proximidades da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), em Campina Grande.
Quando tudo começou, Fagner vendia água, como ele mesmo conta, descaracterizado. A roupa de garçom é de um irmão dele e depois que vestiu pela primeira vez para trabalhar as coisas mudaram. “Enquanto eu não me vestia de garçom as vendas não eram tão boas. Digamos que eu dobrei o faturamento e hoje estou tirando livre algo em torno de um salário mínimo por mês”, revela feliz da vida.
Fagner trabalha de segunda a sábado. O garçom chama a atenção dos incontáveis motoristas e motociclistas que passam no local diariamente. “Eu nunca tinha visto. Isso é uma novidade aqui em Campina Grande. Ser recebido por um garçom em um sinal… nunca esperava”, disse surpreso o motorista Armando Henrique Santos.
“Ele está de nota 10. Eu sou caminhoneiro e passo por vários Estados do Nordeste e até do Sul e nunca tinha visto algo assim”, disse o caminhoneiro Paulo César Silva.
E para o futuro, Fagner tem planos ousados. Ele quer ajudar outras pessoas a, assim como ele, ganharem a vida trabalhando nos sinais. “Vou fazer o que puder para ajudar outras pessoas a ganharem a vida como garçons nos sinais de Campina Grande”, completou.
Fagner é o exemplo que nada é melhor do que criatividade para tempos de crise.
FOTO LEYDSON JACKSON