Nesta quarta-feira (22), Campina Grande chegou ao terceiro dia consecutivo sem aterrissagens de aeronaves, durante a madrugada, no aeroporto João Suassuna. A Infraero joga a responsabilidade para pilotos e companhias aéreas, mas não explica porque um equipamento que custou R$ 9 milhões não estaria funcionando. A continuidade do problema tem causado perdas de tempo e constrangimento para os passageiros e já preocupa as agências de viagens, que temem uma evasão de clientes durante o São João.
Os pousos não estariam acontecendo na cidade porque durante este período do ano estaria se formando uma forte neblina nas madrugadas, o que dificulta a visibilidade dos pilotos. Com isso, eles estão buscando outros aeroportos da região (Bayeux e até Recife) para fazer as aterrissagens.
Tudo começou na última segunda-feira, quando um grupo de passageiros que iriam embarcar em Campina Grande precisou se deslocar até o aeroporto Castro Pinto, em Bayeux, por conta de seguidas horas de atraso. Apesar deles terem as despesas custeadas, ficou um clima de constrangimento diante da perda de tempo. Alguns usuários fizeram reclamações através das redes sociais.
Agora o problema que chega ao terceiro dia consecutivo começa a preocupar as agências de turismo, que temem uma evasão de clientes às vésperas do São João. “O receio é de que por uma medida de precaução os clientes passem a comprar suas passagens para Bayeux ou Recife. Muitos clientes tem compromissos de trabalho ou até de saúde e não podem enfrentar grandes atrasos”, disse Agnes Leite, proprietário da Speedy Turismo.
Equipamento
A Infraero dispõe de um equipamento que custou R$9 milhões e serviria para auxiliar os pilotos nas aterrissagens. É o ILS, que serve como uma espécie de projetor da pista e reduziria o número de cancelamentos de pousos em até 90%. O problema é que ele não estaria funcionando.
Através de nota, a Infraero disse ter quatro equipamentos para auxiliar os pilotos, porém não citou o ILS. Segundo a empresa de infraestrutura aeroportuária, não basta apenas ter o equipamento, pilotos e empresas precisariam estar habilitados a utilizá-los.
Segue na íntegra a nota da Infraero:
A Infraero esclarece que o Aeroporto de Campina Grande (PB) operou por instrumentos a partir das 22h do último domingo (19/5), até às 6h desta segunda-feira (20/5), devido a questões meteorológicas adversas. Neste caso, o terminal estava em condições de receber pousos e decolagens.
Cabe ressaltar que, conforme norma, a decisão de pouso/decolagem é do comandante da aeronave. Caso o piloto decida por não realizar o pouso, ele deve conduzir a aeronave para um terminal alternativo até que a situação do aeroporto seja normalizada.
O terminal paraibano conta com alguns equipamentos de auxílio à navegação aérea, são eles:
- NDB (Non Directional Beacon), que emite sinais em radiofrequência para as aeronaves;
- RNAV (Area Navigation), responsável por fornecer os pontos de coordenadas geográficas, baseada em satélites e sistemas digitais de bordo;
- PAPI (Precision Approach Path Indicator), um indicador visual de rampa de aproximação de precisão;
- Localizer, que fornece o alinhamento da aeronave em relação a pista no momento do pouso.
É importante destacar ainda que pilotos e aeronaves também devem estar homologados para uso desses equipamentos/procedimentos.
Cabe ressaltar que a atual estrutura do Aeroporto de Campina Grande atende com folga a demanda da cidade e todos os voos estão sendo recebidos de acordo com a infraestrutura instalada.