Nos três primeiros meses deste ano foram produzidas 6,6% mais motocicletas que no mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) e apontam para uma produção de 276.835 novos veículos. Se existem benefícios do ponto de vista econômico por um lado, por outro cresce a possibilidade de acidentes de trânsito, mortes e sequelados. É o que afirma o secretário executivo de gestão da Rede Estadual de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, que é médico.
Segundo ele, o problema trata-se de uma tragédia nacional. “O aumento de motos representa o aumento de mortes”, disse o especialista destacando que 45% das cidades brasileiras têm mais motocicletas do que carros.
No Estado do Acre, por exemplo, o número é ainda maior. Em todas as cidades o número de motos é maior do que o de carros. Nos Estados do Maranhão e do Pará a realidade não é muito diferente e na esmagadora maioria dos municípios (99%) existem mais motos. De acordo com o médico, o Brasil está na segunda posição no mundo em relação às mortes no trânsito envolvendo motocicletas. Para Geraldo Medeiros estamos diante de um problema de saúde pública que causa grandes despesas ao Estado e ao País. “O acidentado geralmente é um politraumatizado. Esse paciente requer uma equipe multiprofissional. Geralmente tem longo tempo de internação e depende do uso de próteses caríssimas. São pessoas geralmente entre 15 e 29 anos, ou seja, jovens que ou vão ficar pro resto da vida em cima de uma cama ou então ficarão com braços e pernas amputados, quando não morrem”, pontuou.